sábado, 22 de janeiro de 2011

CADEIRANTE AGREDIDO PRESTA DEPOIMENTO Á CORREGEDORIA

O advogado e cadeirante Anatole Morandini prestou depoimento ontem de manhã na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São José dos Campos para Antônio Álvaro Sá de Toledo, delegado corregedor da Polícia Civil.
Morandini, que é paraplégico, acusa Damasio Marino, delegado afastado do 6º DP, de tê-lo agredido a coronhadas na última segunda-feira, após discussão de trânsito.
A corregedoria está investigando o caso e de acordo com Toledo, falta apenas que a noiva de Marino, grávida de quatro meses, que estava com ele, seja ouvida. 
A previsão é de que o inquérito seja entregue ao Ministério Público na semana que vem. A corregedoria também aguarda o resultado do exame de corpo de delito feito por Morandini. 
Depoimento. O depoimento aconteceu na sede da OAB a pedido de Morandini.
Ele relatou a sua versão da agressão ao delegado corregedor na presença de Julio Aparecido Costa Rocha, presidente da OAB.
“Ele disse que se sentiria mais à vontade em prestar o depoimento aqui e nós atendemos” disse o presidente.
O deficiente físico falou por cerca de 1h30 e confirmou a versão relatada no Boletim de Ocorrência, lavrado na segunda-feira.
A OAB também indicou o advogado Paulo Thiago Borges Palma para defender Morandini, que junto com Borges, estuda a possibilidade de processar Estado e delegado por danos morais.
“Ainda estou decidindo. O delegado representa o Estado. Não pode agir desta forma”. 
Laudo. No dia em que foi agredido, Morandini realizou exame de corpo de delito.
A Corregedoria espera a liberação do laudo para usá-lo como prova material no inquérito que será encaminhado ao Ministério Público.
“O laudo poderá apontar se os ferimentos foram feitos com arma e se, era a arma do delegado que o atingiu”, diz o delegado corregedor.
Até o momento, as cinco testemunhas ouvidas no inquérito confirmaram a agressão denunciada pelo cadeirante.  
Desagravo. Marino responderá por outro processo, que será montado pela OAB.
Ele será novamente ouvido e, caso, a instituição entenda que houve agressão por parte do delegado, ele poderá ser punido com o desagravo público, uma moção de repúdio feita por autoridades judiciárias.
“É uma sessão solene que ocorre na OAB. Convidamos autoridades, explicamos a situação e é feito um repúdio. O investigado poderá comparecer e se manifestar ou não”, diz o presidente da OAB. 
Outro lado. Luiz Antonio Lourenço da Silva, advogado de Damasio Marino, informou que a defesa não irá se manifestar. 
Substituto. A Secretaria de Segurança Pública designou ontem o delegado José Henrique de Paula Ramos para assumir o 6° DP interinamente.

                      reportagem: Felipe Rodrigues / postado por Daniel Pereira

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