O ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), 68 anos, chega hoje a um momento decisivo em sua carreira política com, possivelmente, sua última oportunidade de realizar o sonho de ser eleito presidente da República.
Mesmo que consiga reverter o favoritismo de Dilma Rousseff (PT) apontado em todas as pesquisas de intenção de votos, a tendência é de que o tucano não altere as políticas econômica e social implementadas nos últimos 16 anos no país, fazendo um governo de continuidade e com poucas rupturas em relação ao atual modelo muitas vezes criticado por ele durante a campanha.
Se perder, dificilmente terá chance de novamente ser candidato ao Palácio do Planalto. Primeiro pela idade, já que em 2014 terá 72 anos. Além disso, caso se confirme a vitória de Dilma, será a segunda derrota do tucano na disputa pelo principal cargo do país --em 2002, foi batido nas urnas por Lula (PT).
Se esse cenário se concretizar, Serra continuará tendo papel de destaque na oposição devido à sua rica biografia política, mas perderá espaço para o ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves e para o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, na disputa interna tucana para a indicação do nome do partido para a disputa da Presidência daqui a quatro anos.
Recomeço. Uma eventual derrota de Serra forçará ainda o tucano a recomeçar, a exemplo do que já fez em 2004. Naquela ocasião, submergiu politicamente após a derrota para Lula e só voltou aos holofotes com a conquista da Prefeitura de São Paulo e do governo do principal Estado da federação.
Cientistas políticos consideram pouco provável que ele aceite comandar alguma secretaria no futuro governo Alckmin. Por outro lado, acreditam que o caminho natural será disputar a sucessão de Gilberto Kassab (DEM), que atualmente é um de seus principais aliados em São Paulo.
Espaço político. “Se o Serra ganhar, o que acho pouco provável devido à tendência apontada em todas as pesquisas, deverá fazer um governo de continuidade nas áreas econômica e social. Até porque PSDB e PT têm atualmente muito mais afinidades do que divergências em relação à forma de administrar”, disse o professor de Ciências Políticas da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo Cláudio Couto.
Segundo ele, em caso de derrota Serra continuará sendo uma referência política da oposição, mas perderá espaço político para lideranças que saíram vitoriosas das urnas este ano. “Se o Serra perder, dificilmente terá nova chance de disputar a Presidência. Não tanto pela idade, mas porque ficará com a imagem arranhada depois de duas derrotas. Mesmo que não queira, terá que abrir espaço para o Aécio e o Alckmin, que consolidaram suas lideranças e passaram a ser os nomes naturais do PSDB para a disputa presidencial em 2014”, afirmou.
Convencimento. Para o especialista, o caminho natural em caso de derrota será disputar a prefeitura da capital em 2012. “É o caminho mais fácil e cômodo para o Serra, que fez isso em 2004 com êxito. Outros políticos experientes e que enfrentaram situações semelhantes já trilharam esse caminho no passado, como o Paulo Maluf e o Jânio Quadros. Nesse caso o Serra até tem chance de ser eleito, mas terá o desafio de convencer o eleitorado paulista de que, desta vez, cumprirá o mandato integralmente.”
Mesmo que consiga reverter o favoritismo de Dilma Rousseff (PT) apontado em todas as pesquisas de intenção de votos, a tendência é de que o tucano não altere as políticas econômica e social implementadas nos últimos 16 anos no país, fazendo um governo de continuidade e com poucas rupturas em relação ao atual modelo muitas vezes criticado por ele durante a campanha.
Se perder, dificilmente terá chance de novamente ser candidato ao Palácio do Planalto. Primeiro pela idade, já que em 2014 terá 72 anos. Além disso, caso se confirme a vitória de Dilma, será a segunda derrota do tucano na disputa pelo principal cargo do país --em 2002, foi batido nas urnas por Lula (PT).
Se esse cenário se concretizar, Serra continuará tendo papel de destaque na oposição devido à sua rica biografia política, mas perderá espaço para o ex-governador de Minas Gerais e senador eleito Aécio Neves e para o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, na disputa interna tucana para a indicação do nome do partido para a disputa da Presidência daqui a quatro anos.
Recomeço. Uma eventual derrota de Serra forçará ainda o tucano a recomeçar, a exemplo do que já fez em 2004. Naquela ocasião, submergiu politicamente após a derrota para Lula e só voltou aos holofotes com a conquista da Prefeitura de São Paulo e do governo do principal Estado da federação.
Cientistas políticos consideram pouco provável que ele aceite comandar alguma secretaria no futuro governo Alckmin. Por outro lado, acreditam que o caminho natural será disputar a sucessão de Gilberto Kassab (DEM), que atualmente é um de seus principais aliados em São Paulo.
Espaço político. “Se o Serra ganhar, o que acho pouco provável devido à tendência apontada em todas as pesquisas, deverá fazer um governo de continuidade nas áreas econômica e social. Até porque PSDB e PT têm atualmente muito mais afinidades do que divergências em relação à forma de administrar”, disse o professor de Ciências Políticas da FGV (Fundação Getúlio Vargas) de São Paulo Cláudio Couto.
Segundo ele, em caso de derrota Serra continuará sendo uma referência política da oposição, mas perderá espaço político para lideranças que saíram vitoriosas das urnas este ano. “Se o Serra perder, dificilmente terá nova chance de disputar a Presidência. Não tanto pela idade, mas porque ficará com a imagem arranhada depois de duas derrotas. Mesmo que não queira, terá que abrir espaço para o Aécio e o Alckmin, que consolidaram suas lideranças e passaram a ser os nomes naturais do PSDB para a disputa presidencial em 2014”, afirmou.
Convencimento. Para o especialista, o caminho natural em caso de derrota será disputar a prefeitura da capital em 2012. “É o caminho mais fácil e cômodo para o Serra, que fez isso em 2004 com êxito. Outros políticos experientes e que enfrentaram situações semelhantes já trilharam esse caminho no passado, como o Paulo Maluf e o Jânio Quadros. Nesse caso o Serra até tem chance de ser eleito, mas terá o desafio de convencer o eleitorado paulista de que, desta vez, cumprirá o mandato integralmente.”
Ganhando ou perdendo, Dilma desponta como nova liderança
Favorita nas pesquisas de intenção de votos para fazer história ao se tornar a primeira mulher a ser eleita presidente da República, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT) sairá vitoriosa da corrida sucessória ao Palácio do Planalto, independentemente do resultado do pleito de hoje.
Se vencer José Serra (PSDB) nas urnas, a petista terá conseguido a façanha de chegar ao principal cargo do país com pouco tempo de exposição pública, ao contrário de seu adversário tucano, que já ocupou cargos de destaque como deputado federal, senador, prefeito de São Paulo e governador do principal estado do país.
Até 2005, quando assumiu o comando da Casa Civil e passou a coordenar os principais programas do governo Lula, Dilma era vista só como um quadro técnico, embora já demonstrasse competência administrativa.
Ainda no período de pré-campanha, a ex-ministra reconheceu que seu maior desafio durante a corrida eleitoral seria se tornar conhecida da população.
Amparada pela popularidade recorde de Lula, que colocou à serviço de sua candidata todo seu capital político, Dilma sai da disputa pelo Palácio do Planalto muito maior do que entrou.
Prova disto é que por pouco não conseguiu vencer ainda no primeiro turno, quando obteve 47,6 milhões de votos (46,91% dos válidos), e chega ao dia da votação da segunda etapa do pleito como favorita a ser a sucessora de Lula na Presidência.
Se o favoritismo for confirmado e Dilma se tornar a primeira mulher a governar o Brasil, terá colocado seu nome na história e poderá cumprir a promessa que reiterou ao longo de toda a campanha: de que dará continuidade aos avanços econômicos e sociais dos oito anos da administração de Lula, da qual foi uma das principais representantes.
Cacife político. Se perder, terá se cacifado para novas disputas eleitorais, ocupando ao lado de Lula papel de destaque na oposição à gestão tucana.
“Se as pesquisas de intenção de votos se confirmarem e a Dilma for eleita presidente, assegurará seu nome na história e dará continuidade aos governos do presidente Lula, novamente com ênfase na área social. Mas, independentemente do resultado da eleição deste domingo , ela será vitoriosa, porque sairá da campanha conhecida nacionalmente”, disse o presidente da Abcop (Associação Brasileira dos Consultores Políticos), Carlos Manhanelli.
“Mesmo que perca, terá conquistado um capital político que a credenciará a ser, junto com o presidente Lula, uma das principais vozes da oposição ao governo tucano. Ficará credenciada a disputar novos cargos, inclusive a própria presidência da República, em 2014, caso o Lula não queira ser candidato”, emendou o especialista político.
Desgaste. Manhanelli considera pouco provável que Dilma, em caso de derrota nas urnas, aceite ocupar algum cargo de confiança até a próxima eleição --como, por exemplo, secretária no futuro governo de seu correligionário Tarso Genro, no Rio Grande do Sul.
“Não acredito que a Dilma vai querer, em caso de derrota, ocupar algum cargo político, porque isso poderia desgastar sua imagem. É diferente do caso do Serra, para quem seria vantajoso ocupar uma secretaria de vitrine na futura administração de Geraldo Alckmin , para se manter em evidência para uma eventual disputa da Prefeitura de São Paulo em 2012.”
Se vencer José Serra (PSDB) nas urnas, a petista terá conseguido a façanha de chegar ao principal cargo do país com pouco tempo de exposição pública, ao contrário de seu adversário tucano, que já ocupou cargos de destaque como deputado federal, senador, prefeito de São Paulo e governador do principal estado do país.
Até 2005, quando assumiu o comando da Casa Civil e passou a coordenar os principais programas do governo Lula, Dilma era vista só como um quadro técnico, embora já demonstrasse competência administrativa.
Ainda no período de pré-campanha, a ex-ministra reconheceu que seu maior desafio durante a corrida eleitoral seria se tornar conhecida da população.
Amparada pela popularidade recorde de Lula, que colocou à serviço de sua candidata todo seu capital político, Dilma sai da disputa pelo Palácio do Planalto muito maior do que entrou.
Prova disto é que por pouco não conseguiu vencer ainda no primeiro turno, quando obteve 47,6 milhões de votos (46,91% dos válidos), e chega ao dia da votação da segunda etapa do pleito como favorita a ser a sucessora de Lula na Presidência.
Se o favoritismo for confirmado e Dilma se tornar a primeira mulher a governar o Brasil, terá colocado seu nome na história e poderá cumprir a promessa que reiterou ao longo de toda a campanha: de que dará continuidade aos avanços econômicos e sociais dos oito anos da administração de Lula, da qual foi uma das principais representantes.
Cacife político. Se perder, terá se cacifado para novas disputas eleitorais, ocupando ao lado de Lula papel de destaque na oposição à gestão tucana.
“Se as pesquisas de intenção de votos se confirmarem e a Dilma for eleita presidente, assegurará seu nome na história e dará continuidade aos governos do presidente Lula, novamente com ênfase na área social. Mas, independentemente do resultado da eleição deste domingo , ela será vitoriosa, porque sairá da campanha conhecida nacionalmente”, disse o presidente da Abcop (Associação Brasileira dos Consultores Políticos), Carlos Manhanelli.
“Mesmo que perca, terá conquistado um capital político que a credenciará a ser, junto com o presidente Lula, uma das principais vozes da oposição ao governo tucano. Ficará credenciada a disputar novos cargos, inclusive a própria presidência da República, em 2014, caso o Lula não queira ser candidato”, emendou o especialista político.
Desgaste. Manhanelli considera pouco provável que Dilma, em caso de derrota nas urnas, aceite ocupar algum cargo de confiança até a próxima eleição --como, por exemplo, secretária no futuro governo de seu correligionário Tarso Genro, no Rio Grande do Sul.
“Não acredito que a Dilma vai querer, em caso de derrota, ocupar algum cargo político, porque isso poderia desgastar sua imagem. É diferente do caso do Serra, para quem seria vantajoso ocupar uma secretaria de vitrine na futura administração de Geraldo Alckmin , para se manter em evidência para uma eventual disputa da Prefeitura de São Paulo em 2012.”
reportagem e postado por Daniel Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário