Braço direito da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) quando militavam contra a ditadura militar --entre o final da década de 60 e começo dos anos 70--, João Batista de Sousa, 66 anos, afirma que a petista era uma das principais lideranças da organização armada VAR-Palmares, sendo a responsável pelo planejamento de ações armadas.
“A Dilma fazia a coordenação do pessoal. Tinha espírito de líder”, afirmou Sousa.
Hoje, o ex-guerrilheiro, que foi torturado por 28 dias em janeiro de 1970, vive com poucos recursos em uma casa simples.
Na VAR-Palmares, organização que combateu a ditadura, Sousa era tido como um dos mais corajosos e era, inclusive, o zelador do armamento da guerrilha, segredo que compartilhava com escassos colegas, entre eles, Dilma. “Tínhamos um código secreto. Dois companheiros sabiam. Eu passava uma parte para um e outra parte geralmente ficava com a Dilma. Só se juntassem os dois códigos dava pra chegar a um aparelho”, relatou.
O ‘aparelho’ era o local onde se escondiam os armamentos da organização.
Sousa foi pego em 1º de janeiro de 1970 por militares, depois de esconder, entre outros, 58 fuzis Mauser, quatro metralhadoras Ina, revólveres, 10 bombas de efeito moral, além de caixas com centenas de munição.
O código secreto e os armamentos constam em um processo aberto pela ditadura contra a organização nos anos 70.
Ações armadas. Detalhista e atento a nomes (ou codinomes) de todos os “companheiros” de militância e militares da época, Sousa contou que Dilma sempre foi “muito simpática, mas, quando era preciso se impor, ela era durona, duro na queda”, disse.
Segundo ele, Dilma participava das ações armadas da guerrilha. “Ela participou de uma ação no Rio de Janeiro. Reunimos várias organizações para roubar R$ 2,5 milhões de dólares. Nós fomos lá e pegamos o cofre”, afirmou.
Famoso, o caso em questão se trata de um assalto em julho de 1969, quando o cofre do governador paulista Adhemar de Barros foi arrombado.
Nessa caso específico, Sousa diz que participou dando cobertura e não chegou a ver Dilma em ação.
“Nós fomos a Ibiúna uma vez também, eu, ela \[Dilma\], um companheiro chamado Fábio e um japonês, Alfredo Nozomu. Fizemos um treinamento lá, tinham muitas munições e muitas armas”, lembrou.
Em outro caso, Souza afirma que levou “armas para São Vicente”. “A Dilma pediu para eu levar”, disse.
Em sua biografia, disponibilizada em seu site, Dilma confirma que participou da organização clandestina VAR-Palmares, mas nega qualquer participação em ações armadas
reportagem: Filipe Manoukian / postado por Daniel Pereira
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