ABORTO |
I - ABORTAMENTO Define-se abortamento como sendo a perda gestacional que ocorre até 20/22 semanas (ou peso fetal de 500g). Abortamento espontâneo ocorre em cerca de 10 a 15% de todas as gestações sendo, muitas vezes, ocorrência de primeira gravidez. Isto geralmente propicia alto grau de insegurança, tanto para a gestante como para os familiares. Mas se seguido de gravidez normal, não requer, em princípio, maiores cuidados. A ocorrência de dois abortamentos, repetidamente, é bem menor: cerca de 1%; três ou mais abortamentos sucessivos determinam o "abortamento habitual". Neste caso, o risco de novos abortamentos para o casal aumenta, embora a incidência exata não seja determinada.
2. Anomalias do "ovo":
3. Doenças ginecológicas:
4. Incompetência istmocervical: É nome complicado que designa dilatação anormal do colo uterino; ocorre perda do ovo por impossibilidade de retenção. 5. Doenças maternas graves. Para citar somente algumas:
6. Idade materna: Causa indireta. Acima dos 35 anos é maior o risco de anomalias cromossômicas, particularmente a trissomia do cromossomo 21. 7. Outras causas: Condições geralmente evocadas por algumas pacientes, como carregar peso, emoções e sustos, coito, etc. não são causa de abortamento (veja, por exemplo, jogadoras profissionais de basquete, vôlei, nadadoras, etc.). Nem mesmo traumatismos ou intervenções cirúrgicas são assim considerados. Quando a causa é evidente (como doença materna grave) ou mais ou menos evidente (como a incompetência istmocervical), fica fácil fazer o diagnóstico. A presença de mioma uterino faz suspeitar que esta tenha sido realmente a causa, embora isto não seja totalmente conclusivo, principalmente pela ausência de cólicas e pela evolução para aborto retido (sem eliminação do embrião). Em relação ao embrião, o diagnóstico não deve ter sido exatamente o exame do DNA. Se o material estudado foi o colhido do aborto, o resultado do estudo genético pode ser duvidoso (a não ser que seja francamente positivo). Além disso, o material resultante de aborto não permite o diagnóstico de mal formações. Portanto, começa a ficar claro que o diagnóstico da causa é muito difícil. Mesmo com pré-natal muito bem feito, o abortamento acaba surpreendendo tanto a mãe quanto o obstetra. Outro conceito importante é o de que, uma vez desencadeado, o abortamento segue curso próprio: a gravidez pode evoluir normalmente (ficando o diagnóstico de "ameaça de aborto") ou pode ocorrer a perda embrionária (abortamento incompleto ou aborto retido), independentemente dos medicamentos administrados (o dactil, como antiespasmódico, é utilizado para aliviar a dor; a progesterona tem várias funções, agindo diretamente sobre o útero). Um diagnóstico importante é o que procura pela síndrome de Down, através de estudo citogenético realizado durante a gravidez: biópsia de vilocorial (isto é, da placenta em início de formação), amniocentese (colheita de líquido amniótico por punção abdominal) e cordocentese (punção do cordão umbilical), que identifica os cromossomos embrionários, seu número e sua forma. É indicado em mulheres (ou cujos maridos) portadoras, elas mesmas, de anomalias cromossômicas ou que já tiveram criança com síndrome de Down. Indica-se também em mulheres cuja idade é considerada de alto risco para o aparecimento desta síndrome: acima dos 35 anos (ou 40 anos, segundo alguns autores). Para a população de grávidas que não se enquadram nos critérios acima existe teste bioquímico triplo ou "Triteste", que é realizado por alguns laboratórios e consiste na dosagem sangüínea materna de três substâncias: alfafetoproteína, estriol e gonadotrofina coriônica. Este teste é realizado entre 15 e 20 semanas de gestação e serve como rastreamento inicial. Ainda não é rotina na maioria dos pré-natais, talvez pelo custo relativamente elevado. II - MIOMA UTERINO Os miomas uterinos tendem a aumentar durante a gravidez, pois são estimulados pelos níveis elevados de hormônios deste período. Após a gravidez, tendem a regredir, embora possam jamais desaparecer por completo. Não existe tratamento clínico, embora tentativas sejam feitas com determinados tipos de hormônio. O único tratamento é o cirúrgico, com retirada somente do mioma, quando possível, ou de todo o útero, quando necessário. Somente necessitam de cirurgia as mulheres com sintomas acentuados: hemorragias intensas e cólicas intratáveis. As demais podem conviver muitíssimo bem com seus miomas, até que sobrevenha a menopausa, quando os miomas tendem a "murchar". A ocorrência de mioma juntamente com a gravidez é comum (veja acima). Não se pode estabelecer com exatidão o risco. Não parece provável que mioma de 6, 7 ou até 10 cm, mesmo que intramural, possa determinar aborto retido. O mais provável é que a gravidez acabe evoluindo naturalmente, mesmo que apareçam cólicas. O melhor intervalo entre duas gestações é de dois anos; após abortamento, desde que a mãe esteja em boas condições nutricionais, período mínimo de seis meses é indicado. Dr. Irineu Wajntraub - Ginecologista e Obstetra - São Paulo - SP/ postado por Daniel Pereira |
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
SAÚDE - TODA 4a FEIRA
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