quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

JORNALISTA É DETIDO DURANTE COBERTURA POR SUPOSTA DISCUSSÃO COM PM

O repórter do jornal Tribuna da Bahia, Rodrigo Lago, foi detido na manhã desta quinta-feira, 2, depois de se envolver em uma suposta discussão com policiais militares, durante a realização de uma reportagem para o veículo de comunicação. No momento da prisão, Rodrigo fazia a cobertura de um engarrafamento na Avenida Djalma Dutra, provocado por uma manifestação.
Segundo o jornalista, durante o evento, uma viatura quase atropelou, acidentalmente, o fotógrafo Francisco Galvão. Para sinalizar o ocorrido, ele bateu com a mão na viatura e avisou aos policias que havia gente atrás do carro, mas, logo depois, dois policiais o agrediram física e verbalmente.
“Um policial da 58ª CP me puxou e pediu desculpas pelos colegas. Eu continuei trabalhando e já estava indo para a redação, mas voltei para anotar qual a companhia que havia liberado o trânsito. Então dois deles me encostaram na parede e me perguntaram meu nome, onde eu trabalhava e disseram que eu era inimigo da polícia. Quando eu perguntei se estavam me ameaçando, eles me deram voz de prisão”, afirmou o repórter, que foi levado pelos policiais à 6º CP, na Ladeira dos Galés, em Brotas.
Segundo a delegada de plantão, Florisbela Rocha, o repórter deu entrada na delegacia acompanhado pelos PM, acusado de desacato à autoridade. “A delegada que cuidou do caso foi a titular, Cássia Nunes. Eu apenas fiz o procedimento, ouvi o repórter e os policiais envolvidos e já arremeti o caso para a Justiça”, declarou.
Rodrigo Lago afirmou ainda que, antes do depoimento, as delegadas Cássia Nunes e Florisbela Rocha tentaram um acordo entre ele e os policiais, mas estes se recusaram e mantiveram a versão de que ele havia agredido uma Pfem, puxando-a pela camisa. “Me senti triste como cidadão, que trabalha normalmente e acaba passando por uma situação dessas, porque percebi que é assim que são tratadas as pessoas que moram por ali, na periferia”, disse. 
De acordo com o chefe de imprensa da Polícia Militar, capitão Marcelo Pita, a versão da Pfem é que o repórter teria feito um comentário pejorativo antes de puxar sua camisa. "Segundo ela, quando o repórter bateu na viatura e constatou que quem dirigia era uma Pfem, disse: 'Só podia ser mulher'. O repórter nega e o caso será apurado pela Justiça", relatou.
O editor-chefe da Tribuna da Bahia, Alex Ferraz, afirmou que Rodrigo prestou depoimento acompanhado de um advogado enviado pelo veículo. “Já está tudo encaminhado. Não diria resolvido porque esses casos são complicados, mas ele já prestou depoimento e vamos continuar acompanhando e cuidado do caso”, disse. 

                                    fonte: atarde / postado por Daniel Pereira

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