Ao mesmo tempo em que é uma enorme vitrine para as montadoras, ele é, na verdade, uma grande homenagem aos apaixonados por carros. É o salão mais visitado do mundo, com público que pode chegar neste ano a 1,5 milhão de pessoas, e tem 332 expositores de 21 países.
São mais de 100 lançamentos, que vão de protótipos a novas gerações de modelos já consolidados no mercado mundial. Pelo movimento das fabricantes, este será o ano mais “verde”de todos. Isso porque reduzir emissões virou necessidade e obrigação.
A visitação para público será aberta somente neste sábado 2 de Outubro e termina no próximo dia 17. Em 2008, pouco antes de o salão começar, a crise financeira e econômica abalou a Europa. O salão que era visto como um evento ecológico, cheio de novidades em relação a veículos elétricos e modelos com baixa emissão, tornou-se um evento repleto de dúvidas sobre o que estava por vir.
Neste ano, essa levada “verde” será retomada, de acordo com a sócia da Prada Consultoria, Letícia Costa. “Certamente o elemento ’verde’ será um ponto forte. A indústria deseja mostrar que está sendo proativa com relação à questão ambiental”, afirma a consultora. Somente neste mês, oito montadoras mostraram ou deram mais detalhes de conceitos elétricos, entre superesportivos, compactos e até scooters. E três divulgaram projeções para lançamentos de novos híbridos (com dois motores: um elétrico e um a combustão). Muitos desses carros estarão no salão.
Carros 'verdes' vão vender bem?
Apesar do forte investimento em tecnologias elétricas e híbridas, Letícia afirma que o potencial comercial de tais produtos ainda não pode ser estimado. “Há riscos associados aos dois desenvolvimentos. A aplicabilidade de cada tipo de motor depende, particularmente para os veículos elétricos, de infraestrutura (de carga da bateria, no caso de veículos elétricos)”. Segundo ela, o potencial de mercado também depende de ganhos de escala, pois esses veículos ainda são mais caros do que os de combustão tradicional. “Há ainda o desafio de como lidar com as baterias, ao fim da sua vida, de forma ambientalmente correta”, avalia.
Enquanto a indústria automobilística mundial tenta montar o quebra-cabeça do futuro da mobilidade, a europeia tem ainda que se recuperar da crise. Os incentivos financeiros do governo e os estímulos a renovação de frota ajudaram, mas ainda não se sabe qual é a velocidade da retomada dos negócios para a região.
Talvez a resposta esteja no conjunto de cada lançamento e de cada protótipo visto aqui, em Paris. Afinal, é pela reação do público que a indústria automobilística direciona seus produtos. Inevitavelmente, qualquer um que passe pelas ruas do centro de exposição de Porte de Versailles, na capital francesa, fará parte da nova história do automóvel. Como diz o slogan do salão, “Le futur, maintenant” ou, em português, o “O futuro, agora”.
Vamos ver alguns modelos?
postado por Daniel Pereira
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