O contra-senso do mercado
O mercado financeiro reagiu mal à retomada do favoritismo da candidata Dailma Rousseff nas pesquisas eleitorais. Os juros futuros voltaram a subir ontem, num sinal inequívoco de que a esperança dos investidores na esperada austeridade nos gastos públicos não virá. No entanto, é aquele típico comportamento engessado, resultado do olhar sobre o passado, estanque e conservador.
A realidade é que o candidato da austeridade, segundo acreditam analistas financeiros brasileiros e de Wall Street, fez promessas eleitoreiras e demagógicas - salário mínimo de R$ 600, reajuste de 10% para aposentados do INSS e extensão do benefício a mais gente e pagamento de 13º aos beneficiários do Bolsa-Família - que sangrarão os cofres públicos em cerca de R$ 46 bilhões já em 2011. Isso num momento que urge a necessidade de um orçamento mais enxuto.
Provocada e confrontada com promessas que seduziriam o seu eleitorado, basicamente o mais pobre, Dilma Rousseff não embarcou nessa canoa da gastança irresponsável. Não prometeu nada que não já estivesse previsto no orçamento já enviado ao Congresso.
É por isso que Jonathan Wheatley, correspondente do jornal Financial Times no Brasil, voz dissonante entre os estrangeiros, defendeu, em artigo publicado hoje na Folha de S. Paulo, que a vitória de Dilma em primeiro turno lhe proporcionaria o estofo político necessário para começar a passar a faca nos gastos públicos. Pelo menos a candidata petista demonstrou que o vale-tudo eleitoral não passa pela irresponsabilidade fiscal.
comentário: Ana d´Angelo / postado por Daniel Pereira
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