domingo, 14 de novembro de 2010


Mulheres especiais

Numa aula (nem me lembro a matéria), o professor pediu para listar nomes de mulheres que considerávamos especiais. Nomes de personalidades foram surgindo. Tentei trazer a pergunta para mais perto da minha realidade, da minha vida. Fiquei pensativa.
A aula acabou, anos se passaram, mas aquele questionamento me veio na cabeça há alguns dias. 
Hoje, depois de uma animada conversa com minha avó materna me veio a resposta: minhas avós foram mulheres muitos especiais – por mais clichê que isso possa parecer – é a pura verdade!
Mas, comigo uma resposta não basta – sempre tem uma pergunta: Gente, porque as avós são sempre mulheres especiais?
Não sei responder, mas gostaria de compartilhar um pouco da minha experiência.
Começarei com a minha avó que inspirou esse post. Ele definitivamente não é uma avó dentro dos padrões – como nos contos de Monteiro Lobato. Ela não usa sapatilha ou muito menos calça pantufa – está sempre de salto alto, nos seus pés número 33. Também não tem muita habilidade na cozinha. Já a vi queimando bolos, temperando saladas com detergente (isso mesmo!) e levando os netos sempre para comer no shopping.
Nunca ganhei da minha vó um casaco de lã, mas seu espírito jovem, sua sabedoria, criatividade e bom humor me encantam. Minha avó tem e-mail, está no facebook – bem atualizada! Ela é aquele tipo raro de pessoa que todo ser vivente gosta e se encanta, sempre de bom humor – como eu queria ser assim!
A mãe do meu pai é a minha farmor (vó em sueco). Ela era bem diferente da minha avó materna. Muito calma e delicada – uma lady – era uma mulher culta que acredito que poderia ter sido uma boa jornalista. Sempre me lembro dela com um livro ou uma revista sueca na mão.  Não me esqueço dos seus últimos dias, já bem fraquinha, mas sua educação e cuidado com as pessoas permaneciam inabaláveis – como eu queria ser assim!
A farmor morreu em 2008, mas deixou um legado — que nem sei se ela teve a noção de quantas vidas transformou. Fundou em Porto Alegre, um orfanato, depois um asilo e já idosa seguiu (com persistência) um sonho: abriu uma clínica para crianças aidéticas.
Quantas vidas foram tocadas por ela – a começar pela minha. (Confesso que recordar todos os seus feitos me emocionam, embaralham a vista).
Visita na Clínica Esperança, em 2006
Hoje, com uma vida tão corrida, materialista e descartável, pergunto: Como serão as avós das próximas gerações?
Espero que sejamos, nós mulheres, sempre especiais!
 
Dica:
O (grande) cartunista Jean Galvão acaba de lançar um livro com as tiras “Vó” publicadas no Jornal do Brasil. O título é o máximo (eu tenho) – você dá boas risadas com a velhinha.  O livro é no formato de pocket-book e todo colorido.

Vó – Jean Galvão 
                                  chau, chau!!!! beijos!

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