quinta-feira, 4 de novembro de 2010

DILMA ABORDA DE TREM BALA À REFORMA AGRARIA EM COLETIVA

Dilma Rousseff (PT) concedeu ontem sua primeira entrevista coletiva como presidente eleita no Palácio do Planalto, em Brasília. De acordo com varios jornalistas, se Dilma tivece falado em campanha o que foi dito, poderia ter muito mais vótos.
Em quase meia hora, Dilma abordou desde a formação de sua equipe até a reforma agrária, passando pela saúde, segurança, pelo trem-bala e pelos ministérios. Confira os principais trechos da entrevista.
Reforma agrária.  “O presidente Lula pediu para a Embrapa fazer uma avaliação sobre o índice de produtividade e definir o que considera tecnicamente correto. Vou avaliar esses dados. No que se refere ao MST, sempre me neguei a tratá-lo como caso de polícia. Não darei margem para um Eldorado de Carajás. Isso também é uma questão de direitos humanos. Mas não compactuo com ilegalidades, com invasão de prédios públicos ou de propriedades produtivas. Temos terras suficientes para continuar fazendo reforma agrária e acho que a nossa política de agricultura familiar é fundamental para se garantir para o assentado e o agricultor familiar uma renda monetária.”
Trem-Bala. “É absurdo achar que o trem-bala não precisa ser feito. Nos anos 80, essa conversa vigorou para o metrô. Diziam que o Brasil não podia gastar em metrô, que é muito caro e havia alternativas como os corredores e o transporte urbano com rodas. Com isso, atrasamos nosso investimento. A mesma coisa para o trem-bala. O investimento é feito pela iniciativa privada e o financiamento a eles não concorre com o investimento em metrôs.” 
Saúde. “Tenho muita preocupação com a criação de impostos. Preferia que tivéssemos outros mecanismos. Tenho visto uma mobilização dos governadores nessa direção, não posso fingir que não vi. Duas áreas vão ter grande destaque no meu governo. Uma é a saúde, a outra, a segurança. A educação está bem encaminhada e os recursos, maiores. Chamo de recursos maiores um cuidado e um empenho maior. No caso, por exemplo, da saúde, precisamos de recursos para completar toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS). E está em questão o problema da regulamentação da emenda 29. Para a União é mais fácil do que para Estados e municípios. Então, é necessário que se abra uma discussão com os governadores eleitos.”
Segurança. “Também vamos ter de investir recursos significativos em segurança pública, porque não é possível resolver uma questão de envergadura nacional sem a cooperação entre Estado, município e União. Não é possível sem que a União participe efetivamente com recursos. E sem que a gente dê uma clara prioridade para esta área.” 
Ministérios. “Não considero que esteja maduro o processo de discussão a respeito dos nomes que integrarão os ministérios e o primeiro escalão da administração. Mas tenho critérios e externei isso no meu discurso. Vou exigir competência técnica, desempenho, um histórico de pessoas que não tenham problemas de nenhuma ordem. Também considero importante o critério político. Faço questão que os ministros tenham vínculos muito fortes com o Brasil e tenham vínculos muito fortes com a política que eu defendo. Não vou anunciar os nomes da equipe de governo de forma fragmentada. Não sou nem doida de dizer que o anúncio será no dia 18 de qualquer mês a tantas horas (risos). Vou anunciar os nomes com muita tranquilidade e vocês serão, sem dúvida, os primeiros a saber. Até porque sei que dependo de vocês para que a população saiba. Agora, não tenho nenhum nome e não cometeria a temeridade de lançar nomes individuais.” 
Mínimo. “Temos um critério de aumento que considero muito bom. Damos o reajuste do salário mínimo baseado na inflação corrente e no PIB de dois anos anteriores. Temos um problema agora que é o fato de que o PIB de 2009 ficou um pouco abaixo de zero, por causa da crise internacional. O Brasil teve uma recuperação muito forte e essa é uma das questões que na minha volta vou debater com o governo. Estamos avaliando se é possível fazer essa compensação. Agora, adianto que num cenário de o PIB crescendo a taxas que esperamos vamos ter um salário mínimo no horizonte de 2014 bem acima de setecentos e poucos reais. Se não tiver nenhuma alteração, já em 2011 ou no início de 2012, ele estaria acima de R$ 600. Vamos fazer esse ajuste.”
Bolsa-Família. “Tenho um objetivo de assegurar cada vez mais que a cobertura das famílias chegue a 100%. Hoje, não são 100%. Depende do critério que se analisa. Não é por culpa do governo federal, porque não somos nós que cadastramos. Houve muitas dificuldades das prefeituras no cadastramento. São elas que cadastram e nós, inclusive, as financiamos para isso. No meu governo, vou buscar 100% de cobertura e um nível maior de benefício proporcional, que seja possível que o País dê para esse conjunto de famílias. Não sei dizer hoje qual será esse reajuste, mas asseguro que ele existirá.” 
CPMF. “Não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF, mas não posso afirmar. Esse País vai ser objeto de um processo de negociação com os governadores. Do ponto de vista do governo federal, não há uma necessidade premente (de recriar a CPMF).

                          postado por Daniel Pereira

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